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Enigma revelado! Conheça os filmes que estarão na 8ª Recria Cine

Enigma revelado! Conheça os filmes que estarão na 8ª Recria Cine

Lunetas para o horizonte! Recria à vista! 

Uma nova aventura está prestes a começar e já é possível sentir o cheirinho de pipoca pelos corredores da E. M. Profa. Vivica Rocha, em Ervália/MG. De 24 a 27 de julho de 2024, as salas de aula serão palco de uma grande caça ao tesouro, com muita diversão, aventura e cinema. A tripulação está pronta para embarcar e os primeiros enigmas do mapa foram revelados: os filmes que estarão no telão da 8ª Recria Cine!  

A sessão de abertura vai trazer o primeiro longa de animação do interior de Minas Gerais, “Placa-Mãe”. Dirigido por Igor Bastos, o filme se passa em um futuro próximo, onde a robótica avançada permite a criação de robôs e aborda temas muito presentes como a inteligência artificial. Ele também discute a capacidade de influenciadores digitais e “cyber políticos” criarem e moldarem narrativas, assim como a diversidade e a inclusão. “Placa-Mãe” foi produzido por mais de 250 profissionais, ao longo de quatro anos e meio, nas cidades de Divinópolis e Nova Serrana, no interior de Minas Gerais, e será exibido na primeira noite da 8ª Recria Cine.

Nos outros dias, as sessões trazem a Seleção Recria Cine, com 20 curtas-metragens. Foram 152 filmes inscritos de 20 estados diferentes e a curadoria levou em consideração a qualidade técnica e artística das obras, e buscou privilegiar filmes que tragam para o primeiro plano a pluralidade de infâncias brasileiras, o protagonismo infantojuvenil, a preservação do meio ambiente e a imaginação das crianças. Além disso, a Recria Cine incentiva filmes realizados em contextos educativos, com a participação dos pequenos e seus professores, todos juntos nessa aventura! 

Então, pistas reunidas e mistérios resolvidos! Conheça os filmes que você vai ver na 8ª Recria Cine:

 

Placa-mãe (Divinópolis e Nova Serrana/MG, 2023), com direção de Igor Bastos

Nadi é uma androide com cidadania que ganha o direito de adotar duas crianças, David e Lina. No entanto, Asafe, um político e digital influencer sensacionalista, cria diversas polêmicas sobre o caso com o intuito de gerar popularidade para sua candidatura de presidente do Senado. Em meio a tudo, um mal entendido leva David a fugir e viver aventuras – consequentemente, Nadi deve decidir entre manter a sua cidadania ou avisar da fuga às autoridades. O filme é uma ficção científica genuinamente brasileira e se passa em Minas Gerais, um dos grandes cenários políticos da história do país.

Super-Herois (Brasília/DF, 2022), com direção de Rafael de Andrade

Os super-herois famosos se ocupam dos problemas dos adultos, mas as crianças também têm seus super-herois, sempre prontos para ajudar a resolver seus dilemas. Herois anônimos podem estar mais perto do que imaginamos e, neste divertido filme, eles serão relevados.

Causos de Domingos: o Corpo-Seco (Uberlândia/MG, 2023), com direção de João Pedro Theodoro

Tonico é um menino curioso que vive em Uberlândia e adora passar tempo na fazenda dos avós. Domingos, seu avô, é um produtor rural de Estrela do Sul, e já viu muita coisa em suas andanças. Nesse curta animado, neto e vô ensinam um ao outro, e juntos descobrem mais sobre uma sombria lenda do interior: o Corpo-Seco. Viajando para a casa de um velho amigo, Domingos e Tonico vivem uma aventura fantástica no Triângulo Mineiro, uma ficção folclórica que mistura risada e susto. Você está pronto para os causos de Domingos?

Vovó Vai à África (Belo Horizonte/MG, 2021), com direção de Gabriela Matos

Desde que um grupo de avós, moradoras do Morro do Papagaio, começou a trocar mensagens com algumas educadoras do Campo de Refugiados de Dzaleka, no Malawi – África, seus netos iniciaram uma busca pela origem de seus antepassados e acabaram descobrindo as relações culturais e afetivas que os conectam a esse pequeno país africano, considerado o “coração quente da África”.

Tardes no Escarafuncha (Franca/SP, 2022), com direção de Fernando Ferreira Garróz

Como de costume, o curioso Dico vai passar mais uma tarde no Escarafuncha, a loja de antiguidades e curiosidades do Tio Tantarruga, um lugar onde de tudo se encontra! Juntamente com os amigos que habitam o local, Dico ajuda a escritora Dolores Capota que, em meio a uma crise de criatividade, busca o Escarafuncha para encontrar ideias e inspirações para o seu próximo livro.

Pequeno Dicionário de Erê (Belo Horizonte/MG, 2023), com direção de Anderson Lima

O menino Luan Manzo reflete sobre as palavras que permeiam o terreiro de candomblé e revela um olhar comovente sobre a espiritualidade e o combate à intolerância religiosa.

A menina atrás do espelho (Goiânia/GO, 2022), com direção de Iuri Moreno

Uma menina transgênero encontra uma nova realidade onde ela é livre para ser quem é ou quiser ser.

Jenipapo – Meu Corpo a Arte da Resistência (Aracruz/ES, 2023), com direção de Bruno Cabús e Jovens da etnia Tupiniquim participantes da oficina

“Filme em animação stop motion, que mostra o processo de extração da tintura do Jenipapo e da pintura corporal realizada pelos indígenas tupiniquins de Aracruz – Espírito Santo. A obra é resultado da Oficina de Cinema de Animação, do Projeto Satélite Tupi Guarani, realizado com moradores da Aldeia Caieiras Velha, Aracruz / ES.”

Jatão, buzão, caixote, baú, caquinho (Lima Duarte/MG, 2023), com direção de Adauto Moreira, Cassiano Silva, Juan Carlos Reis, Lucas Coutinho, Luiz Vitor Mendes, Matheus Moreira e Tales Motta

“Tem muito tempo que o mesmo ônibus faz o trajeto Lima Duarte – Laranjeiras- São José dos Lopes – Ibitipoca e depois volta. Faz a rota duas vezes por dia, quando dá e tem estrada. Com problemas e aos trancos e barrancos o famoso ônibus que tem inúmeros apelidos revela opiniões diversas.”

Amantikir – A Lenda da Mantiqueira (Juiz de Fora/MG, 2022), com direção de Fabricio Barros Rodrigues

Em um tempo muito antigo, uma jovem indígena se apaixona por Guaracy, o Sol. Desse encontro proibido, resultam catástrofes naturais e uma tragédia de amor, que dará forma a forma do mundo como conhecemos hoje.

Medu du Escuro (Belo Horizonte/MG, 2024), com direção de Talles Barcelos

Era uma noite fria e chuvosa. Sozinho em sua casa, Agostino precisa ter coragem para enfrentar seu maior medo… o escuro!

Maré Braba (Fortaleza/CE, 2023), com direção de Pâmela Peregrino

Ela, que conecta a todos pelas suas águas, observa e opera as mudanças decorrentes do aquecimento global. O povo à beira-mar é o primeiro a sentir suas agitações e mudanças de humor. Ela sabe que os humanos estão se movendo para frear essas mudanças. Assim como ela sabe, que repetem uma antiga saga: alguns poucos prevalecendo sobre o grande restante, aprofundam os problemas criados por eles mesmos.

Ana e as Montanhas (Goiânia/GO, 2024), com direção de Julia Araújo e Carla Villa-Lobos

Após a morte de uma de suas mães, Ana viaja entre memórias e imaginações, enfrentando olhares tortos de seus tios e buscando entender o novo mundo ao seu redor.

Juze (Fortaleza/CE, 2023), com direção de Raquel Garcia

Após a morte de uma de suas mães, Ana viaja entre memórias e imaginações, enfrentando olhares tortos de seus tios e buscando entender o novo mundo ao seu redor.

Caboclo Manauara (Manaus/AM, 2023), com direção de George Augusto

Estudantes de uma escola cabocla na periferia da cidade de Manaus.

CONTOS MIRABOLANTES- O Olho do Mapinguari (Ananindeua/PA, 2023), com direção de Andrei Miralha e Petronio Medeiros

Maria Estrela é uma menina que adora ouvir histórias antes de dormir, mas cansada de ouvir sempre as mesmas histórias, resolve ela mesma inventar um “conto mirabolante” onde narra a história de como o Terrível Mapinguari da Amazônia, um enorme monstro de um olho só e uma enorme boca em sua barriga, perdeu seu único olho na floresta e como a destemida Maria Estrela montada em Esperança, seu fabuloso Boi-Bumbá Alado, parte numa busca para encontrar o olho do Mapinguari.

Coelhitos e Gambazitas (São Paulo/SP, 2022), com direção de Thomas Larson

Coelhos, gambás, dispositivos eletrônicos e pilhas de louça para lavar. Pais cansados e crianças entediadas.

Quem conta um conto, aumenta um ponto (Natal/RN, 2021), com direção de Roberta Barbosa e Zé Lucas

Levantamos nossa tolda e pedimos licença para nossa brincadeira de Calungas começar, queremos ver todo mundo se animando que as Marias acabaram de chegar, contando e cantando histórias sobre o Reino Encantado do Acarys, onde as histórias se soltam das folhas da algaroba e se espalham como poeira em redemoinhos. As lendas aqui, correm pelos quatro cantos da cidade ecoando infinitamente nas cordilheiras.

Receita de Vó (Curitiba/PR, 2024), com direção de Carlon Hardt

‘Minha vó dizia: menina, não chora as pitanga. Cê não queria? Então chupa essa manga!’. “Receita de Vó” nos leva ao quentinho da casa da vó, onde comidas cantam e dançam ao som do mundo mágico do Hip Hop. Gostosinho!

Fantasmando: Last Stop (Governador Valadares/MG, 2023), com direção de Beatriz Peres Ferreira, Giovanna Lessa Moreira, Luiza Cerizza, Mateus Morais, Natália Lumi Kassa e Sorin Salomão

Murilo tem um encontro inesperado com um fantasma que possui um tênis estranhamente familiar.

Diafragma (Teotônio Vilela/AL, 2023), com direção de Robson Cavalcante

Carlos, um menino muito criativo, sempre considerou seus olhos como sua maior fonte de diversão, mas após descobrir que possui diabetes, ele entende que precisará de resiliência para enfrentar a cegueira.

Além da exibição de filmes, na 8ª Recria Cine você também pode participar de atividades recreativas, oficinas, exposições e apresentações culturais. Então todos a bordo do Buscador pra desbravar os mares de morros em busca de aventura! Nos vemos em breve!

7ª Recria Cine – Uma Viagem no Tempo

7ª Recria Cine – Uma Viagem no Tempo

A Recria Cine – Mostra de Cinema para Crianças e Adolescentes chegou à sua 7ª edição entre os dias 12 e 15 de outubro de 2022 na Escola Municipal Professora Vivica Rocha em Ervalia-MG. Com a temática “Viagem no tempo”, a proposta foi investigar e resgatar nossas ancestralidades para imaginar e inventar novos futuros sustentáveis. A mostra ofereceu uma programação diversa, com oficinas de cinema, recreações e atividades de fotografia, circo, capoeira, meio ambiente e patrimônio cultural. Além da exibição de filmes nacionais, curtas e longas-metragem vindos de diferentes estados brasileiros, a programação da mostra também contou com apresentações culturais de artistas locais.

A 7ª Recria Cine começou a ser sonhada em 2020 e, depois de duas edições online realizadas ao longo da pandemia, recebeu mais de 1.200 crianças e adolescentes para criar um mundo de muita magia, diversão e arte. Foram exibidos mais de 20 filmes, que buscaram valorizar a pluralidade de infâncias brasileiras, o protagonismo infantil e a imaginação, trazendo questões socioambientais e valorizando a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. A curadoria levou em conta, além de questões técnicas, a representação da cultura local e da diversidade, além do caráter educativo e transformador da cultura. Essa perspectiva também permeou as outras atividades da programação da mostra – oficinas voltadas à experiência cinematográfica, atividades recreativas, sarau, exposições, apresentações artísticas e outros. Assim, a Recria Cine construiu um espaço de encontro e trocas culturais, visando a promoção da colaboração e coletividade, construção de autonomia e pertencimento local.

FICHA TÉCNICA – 7ª RECRIA CINE – UMA VIAGEM NO TEMPO

Coordenação Geral: Tobias Rezende Produção: André Castro Produção Local: Cristiano Durães Produção Executiva: Vanessa Maciel Curadoria: Ana Teixeira, Camila Santana e Tobias Rezende Curadoria Convidada: Lygia Pereira e Vanessa Maciel Coordenação De Comunicação e Assessoria De Imprensa: Carol Toledo Redes Sociais: Camila Macedo, Juliana Castro e Melina Matos Coordenação De Identidade Visual: Larissa Brandão Design: Leonardo Lopes Coordenação Pedagógica: Bia Penna Assessoria Pedagógica: Mariana Couto M. Vinheta: Daniel Madão Trilha Sonora: Arturo Cussen Cenografia: Rayan Rodrigues com apoio de Louie Castro, Carla Oliveira, Milena Matos, Diego Oliveira, Lucas Francisco Miranda e Souza, Izie de Paula, Madu Martins Pintura De Murais: Fabricio Lima e Marques Ferreira Apresentação: Flávio Abreu Monitores de Apoio: Fernando Lopes, Louie Castro, Milena Matos, Carla Oliveira, Izie de Paula, Lucas Francisco Miranda e Souza, Edgar Mattos, Franciely Crispim, Macely Ferreira, Isabela Castro, Igor Rodrigues Leite, Adauton Ferreira, João Bosco Frederico Souza, Gustavo Hélder, Tiago Max,  Túlio Mattos Monitoria De Fotografia Mirim: Caio Ferreira e Leonardo Lopes Cinegrafia: Lucas Godinho e Daniel Correa Edição De Vídeo: Daniel Madão Fotografia: André Castro e Jules Matos Sonorização e Iluminação: Innovar Produções Projeção: Tobias Rezende Oficina De Cinema: Doug Ribeiro E Guilherme Mattos Fabriqueta Audiovisual – Oficina De Primeiro Cinema: João Gabriel Marques E Danielle Menezes Oficina De Animação Pixilation: João Gabriel Rabelo e Maria Vieira Oficina De Brinquedos Ópticos: Natália Reis e Mariana Couto M. Brincadeiras Circo Aqui E Agora: Cia Possibilidade Oficina De Pintura Identidades Puri: Helena Joaquina Puri Brincadeiras De Memória: Adailton Dos Santos Oficina De Reciclagem e Plantio: Rogéria Castro e Nhauan Costa Brincadeiras e Oficinas De Circo: Cia Possibilidade Oficina De Peteca E Maracá: Maria Aline Dos Santos e Mariana Mendes Barcelos e Santos Oficina De Compostagem: Paola Villaschi Oficina De Graffiti: Ellion Cardoso Oficina De Capoeira: Kesley Machado Patrocínio: Fundo Estadual de Cultura Apoio: Grupo de Teatro Catarse, Innovar Produções e Prefeitura Municipal de Ervália Realização: Coletivo Refazenda  

Cinematreco: uma cartilha pedagógica para levar cinema às salas de aula

Cinematreco: uma cartilha pedagógica para levar cinema às salas de aula

Clique aqui para baixar a Cartilha Cinematreco 

Desde antes de a gente se chamar de gente, mesmo antes do tempo das cavernas, a curiosidade humana já levantava questões pertinentes que resultaram em propostas de respostas surpreendentes, e se tem uma coisa que se fez presente em todos esses momentos, essa coisa é o tempo. Para nós, que somos seres dotados de sentidos, o tempo é um aparecido que se mostra como ser vivo através dos movimentos. Faça sol ou faça lua, um rio corre o dia inteiro e noite adentro. Enquanto um corpo respirar, haverá nele sangue corrente e trocas de ar. Nunca na história o mundo ficou absolutamente estático, então em todas as eras houve quem se interessasse por esse assunto inevitável.

O Cinematreco é mais um desses interessados. Sabe? O cinema é um recurso fantástico para observar o movimento ou o inventar. É um meio de comunicação com um bagageiro vasto e pneus calejados de possibilidades, e o que a gente quer mostrar aqui é que nós vivemos em um período em que usá-lo em ambientes comuns é já uma realidade. As sociedades do passado nos deixaram um acúmulo de conhecimento como herança, e por isso vivemos em um tempo que o tempo pode ser contado até pelo ponto de vista de uma criança.

Escutar o que a infância tem a dizer é o único jeito de a entender, ao mesmo passo que mostrar teorias em ação facilita demais a compreensão. Por isso, o Cinematreco é uma cartilha pedagógica que trata o cinema como um objeto que pode ser desmontado para ficar mais fácil de visualizar como ele pode ser aplicado nas salas de aula. Cada parafuso vem com uma proposta de atividade que pede no máximo uma câmera de celular e um bocado de criatividade. Para acessá-lo, é só clicar no link que está aqui embaixo. Não precisa de permissão nem de cadastro. É um guia gratuito feito de bom grado. Tomara que te seja útil. Foi para isso que ele foi criado.

Novos caminhos para o mesmo portal: A Recria Cine Itinerante

Novos caminhos para o mesmo portal: A Recria Cine Itinerante

[texto por Cristiano Durães]

Dessa vez foi diferente: novos ares e olhares para a Recria Cine. A mostra de cinema para crianças e adolescentes ganhou uma versão itinerante, levando filmes, oficinas, teatro e muitas outras atividades culturais para os povoados Ventania, Careço e Grama, todos na zona rural do município de Ervália-MG. Pensa num trem danado de bão! 

Difícil contar tudo que aconteceu nesses seis dias de evento. Ê bagunça boa, viu?! Digamos que, certa da bonita e complicada missão que tinha, a equipe da Recria Cine vestiu a camisa e mergulhou no vai-e-vem das estradas de chão do município, dispostos não só a ensinar ou ofertar, mas a aprender e compartilhar. Chegando lá, bagunçou todo povoado com alegria, enchendo o coração do povo de vontade de brincar, de dividir e se expressar.

O queridíssimo Flávio Abreu deu o tom para iniciar a Recria: Alô, Alô Ervália! Começou meu amor!!! No primeiro dia teve competição de dança, quiz, competição de canto e muito mais. Em todos esses jogos não teve nem uma só criança que saiu perdendo: todo mundo ganhou a alegria de brincar e se expressar do jeitinho que achar melhor. Após tanto tempo sem atividades presenciais, tanto a equipe quanto a criançada estava cheia de gás para começar o evento com chave de ouro: brincando! 

 

Enquanto isso, um mural cheio de cores e sorrisos era pintado na parede da escola, colorindo de arte o dia-a-dia das crianças. Há quem diga que a marca deixada no muro pela Babi e o Marques, representando a ArteVise, tem a mesma alegria que a marca que fica no coração de todos os que se envolveram com evento nesses três finais de semana consecutivos, nos quais cada escola dos povoados ganhou o seu mural e um trecho de um belo poema.

 

 

De repente, um cheirinho bem característico começou a invadir o ar. Era cheiro de pipoca! Preparada pelas mãos que sabem o que a criançada gosta, as mãos que todo dia fazem a merenda da escola. Todo mundo correu pra se sentar na frente do telão, estrela maior do evento, pois sabiam que já era hora da sessão de curta-metragens começar. E foi só acabar de escurecer que deu pra ver direitinho o brilho nos olhos de cada um que se aventuravam nas histórias que saltavam do projetor para o telão no pátio da escola. Até história de terror teve! E ó, Garupa, animação dirigida por Tobias Rezende, é uma história que se contava lá nos antigamente, nos tempos passados das veredas de Ervália, saindo da fala quase esquecida dos antigos para vir parar na tela do cinema dos mais novos. O tempo muda engraçado, né? 

Quando os filmes acabaram, ainda deu tempo de aquecer o gogó e cantar na roda de capoeira da Escola de Arte e Cultura Vereda. Olha tu que é moleque! Moleque é tu! Ginga daqui, ginga de lá. Ao som de atabaques e berimbaus a meninada ia aprendendo sobre a ancestralidade, sobre o movimento, sobre as tantas culturas brasileiras. E todo mundo percebeu a força que tem essas culturas na hora que, com o corpo todo pintado, os capoeiristas começaram a cuspir grandes labaredas de fogo. Parecia um deus!!! 

 

 

E olha que esse era só o começo, hein? No sábado é que a alegria resolveu ocupar de vez as praças e escolas dos povoados. A oficina de pintura com terra fez encher as praças de arte, tirando do chão em que pisamos a matéria-prima para a expressão, além de mostrar como é que os povos originários, os Puris e Coroados da nossa região, faziam para colorir o mundo. Com o Catarse e muitos outros monitores ainda rolou malabares, palhaços, pique-pega, adedanha, pintura facial, mais competição de dança, mais canções, mais alegria. Teve sarau de crianças cantando e dançando um bom piseiro, acústico de MPB do Doug, do Índio, poesia recitada pelo Túlio. Gente, com certeza era dia de aproveitar cada segundinho do que era ser criança. Até quem já cresceu podia! 

 

 

A noite caiu e com ela mais uma vez o cheirinho de pipoca invadia toda a escola, chamando para a sessão de cinema que iria começar. A Família Dionti pede licença para se aconchegar nos olhos atentos do público. O longa-metragem dirigido por Alan Minas é uma verdadeira lição de magia, de fantasia, ambientada nos mesmos morros e capoeiras que estamos habituados a ver, lembrando pra todo mundo que ali tem muita coisa bonita e que a vida é cheia de oportunidade boa de sonhar, ser  feliz,  de crescer e de amar. 

E ainda, nessa mesma sessão, uma surpresa pra muita gente: não é que a meninada do povoado já tinha invadido o telão do cinema? Mais cedo aconteceu uma oficina de cinema com o Douglas Ribeiro e o Guilherme Mattos, onde os pequenos puderam experimentar a magia e os truques do cinema. Vestiram seus figurinos e não fizeram feio: deixaram muito ator de novela comendo poeira, viu?! Só precisavam da oportunidade de deixar sair: a capacidade de atuar e viver a arte já mora no coração de cada criança.

 

 

Pra fechar com chave de ouro, uma risada maldosa percorreu o pátio onde a criançada aguardava ansiosamente a abertura das cortinas: a Rainha Má, a Rainha de Copas e a Bruxa Má do Oeste traçavam o Grande Plano, uma peça do Grupo de Teatro Catarse recheada de personagens de diversas histórias conhecidas, e que agora arrancavam gostosas risadas daquela galerinha, que já nem sabia mais onde enfiar tanta alegria. 

 

 

Pois é! Cada cantinho de Ervália carrega sua história, seu jeitinho peculiar de passar as horas e dias. A Recria Cine Itinerância foi lá para unir essas diferenças, balançar a calmaria dos dias, ensinando e aprendendo com o povo da Ventania, do Careço e da Grama. Não é possível em palavras agradecer e descrever o que se construiu nessa edição do evento.  A tônica de toda essa experiência está na bagunça e na felicidade: a bagunça boa das crianças e dos adultos que acreditam na diversão e no trabalho coletivo; no reboliço bonito que a arte pode fazer a gente viver. Os três povoados, cada um do seu jeito, nos deram a confirmação de que trocar, experimentar e recriar são privilégios que, juntos, até fica fácil alcançar. 

Sigamos Recriando!

 

FICHA TÉCNICA RECRIA CINE ITINERANTE 2022

 

Coordenação Geral: Tobias Rezende

Produção: André Castro

Produção Local: Cristiano Durães

Produção Executiva: Vanessa Maciel

 

Curadoria: Camila Santana

 

Mestre de Cerimônias: Flávio Abreu

Oficina de Cinema: Guilherme Mattos e Douglas Ribeiro

Oficina de Tinta de Solo: Maria Aline dos Santos, Rayan Rodrigues,

Pintura de murais: Bárbara Carvalho e Marques Ferreira (Estúdio Arte Vise)

Recreações: Tiago Max Alves da Silva, Adauton Ferreira, Gustavo Hélder, João Bosco Frederico Souza, Vitória , Lilian Mattos

Monitoria: Maria Caroline Fernandes Freitas, Macély Ferreira, Milena Matos, Adailton Santos, Louie Castro, Carlos Daniel Correa Sousa, Fabricio Lima, Vitória Pereira Santos de Moraes, Elaine Aparecida Silva Rocha, Camila Macedo, Isabela Castro, Letícia Aparecida ,  Lucas Francisco Miranda e Souza, Carlos Eduardo Galantine, Edgar Mattos, Pedro Esteves, Jennifer Manfredini, Carla Eduarda de Oliveira P., Victor Santuzzi

Assistência de produção: Fernando Lopes, Rayan Rodrigues, João Gabriel Marques, Túlio Mattos

Técnico de som: Cristiano Durães, João Pedro Cafiero

Projeção: Tobias Rezende

 

Assessoria de Imprensa: Jules Matos

Coordenação de Redes Sociais: Melina Matos 

Identidade Visual: Bárbara Carvalho

Cobertura Redes Sociais: Juliana Castro

Fotografia: Leonardo Lopes 

Cinegrafia: Lucas Godinho e Jules Matos

 

Vinheta animada: Daniel Madão

Trilha Sonora Original: Arturo Cussen

 

Capoeira e Dança do Fogo – Escola de Arte e Cultura Brasileira Vereda Capoeira: Kesley Machado (Instrutor Cachorrão), Bruno Mendes, Júlio Ferreira Lessa, Lívia Cal, Júlio Martins, Adauton Ferreira, José Vinícius e Gabriel Ferreira

 

Espetáculo “O Grande Plano” – Grupo de Teatro Catarse: Fernando Lopes, Adauton Ferreira, Gustavo Hélder, João Bosco Frederico Souza, Vitória Moraes, Lilian Mattos e Fabrício Lima

 

A Recriação do Universo

A Recriação do Universo

Por: Melina Matos

Em 2021, iniciamos o ano a todo vapor com a Recria Cine de Verão. Agora, ao final do ano, aproveitamos novamente a estação mais quente do ano para o lançamento de um novo projeto: a edição digital do almanaque “A Recriação do Universo”.

Em páginas poéticas e divertidas, o segundo almanaque da Recria explora os elementos naturais e brinca com água, terra, fogo e ar. Neste livro, os elementos da natureza são fonte de inspiração para fazer arte e recriar diversas brincadeiras, desde um teatro de sombras caseiro a uma peteca feita com sacola e jornal. O material conta com dez atividades acessíveis para serem feitas em casa pelas crianças.

Quer descobrir mais? Clique aqui para baixar gratuitamente o almanaque “A Recriação do Universo”.

A Recriação do Universo foi feita por Jainy Barbosa, Larissa Brandão, Macély Ferreira, Tobias Rezende e Túlio Mattos, todos membros da Recria Cine. O projeto foi selecionado pelo Edital de Microprojetos Culturais – Lei Aldir Blanc Ervália/MG 2020.